Goiânia: Vamos começar o metrô!, diz Pantaleão

31/07/2012 - DM

Reinaldo Pantaleão é figura bastante conhecida nos meios políticos de Goiânia. Nos de esquerda, principalmente. Professor de História da rede particular de ensino há mais de 40 anos, ele teve entre seus alunos, entre outras celebridades, o governador Marconi Perillo. Militante da ala autêntica do MDB, companheiro de “caminhadas cívicas” de João Divino Dornelles e de Henrique Santillo, militante dos direitos humanos e da campanha pela anistia, foi um dos fundadores do PT goiano, passou pelo vetusto PCB e hoje atua como dirigente do PSol.

Viúvo, torcedor fanático do Goiânia Esporte Clube, poeta bissexto e frequentador de rodas de choro, Professor Pantaleão é o candidato da coligação PSol-PCB à Prefeitura de Goiânia. Nas primeiras pesquisas de intenção de voto, ele larga na lanterna. Nem liga. Acredita que, por não estar preso a interesses empresariais, e por não possuir máculas em sua história de vida, pode travar diálogo franco com o eleitorado, assumir compromissos políticos de sentido altamente democrático e propor planos e metas marcadas pelo arrojo e pela audácia.

O diferencial de sua campanha assinala o candidato: é que sua condição pessoal o autoriza a apresentar planos arrojados, ideias audaciosas. Ele assume, então, compromissos claros, sem vacilação, sem meias palavras. Uma plataforma radical, sem radicalismo. “Tudo que propomos é factível, dentro da legalidade, e só ainda não foi feito porque falta coragem política.”

Assim, diz ele, o “sentido da minha candidatura é buscar a participação popular nas decisões tomadas pelo executivo, buscando a reorganização de Goiânia nas linhas do projeto inicial de Atílio Correia Lima e Armando Godoy, que foram estranguladas para satisfazer o apetite voraz dos especuladores”.

Ampliar a participação popular na tomada de decisões, democratizar o governo municipal e desburocratizar as ações administrativas – nisto, diz Pantaleão, consiste a radicalidade do projeto eleitoral do PSol.

Compromissos

Na prática, diz o candidato, o que é pressuposto doutrinário e guia para a ação política ganha expressão política nos compromissos e metas que assume publicamente. Diz Pantaleão: “Eu vou dar início à construção do metrô de Goiânia, mesmo sabendo que será obra demorada e que será concluída pelos que vierem depois de mim. O que proponho é, se leito, criar uma companhia municipal de economia mista, que vai elaborar o plano diretor metroviário, envolvendo toda a sociedade na discussão do projeto, contratar a elaboração do projeto técnico de engenharia e, então, dar início à efetiva construção.”

Pantaleão diz que o metrô, sendo solução de longo prazo, não exclui outras modalidades de transporte coletivo urbano, como o VLT, por exemplo, ciclovias, corredores exclusivos, etc. Sobretudo, diz ele, não afasta “a necessidade de intervirmos incisivamente no sistema de transporte por meio de ônibus”.

O candidato diz que sua primeira medida será afastar o Setransp da cogestão do transporte coletivo e exigir das empresas o estrito cumprimento dos contratos de licitação. “Ou as concessionárias se enquadram ou vamos denunciar os contratos e estatizar o serviço de ônibus em Goiânia. Não podemos tolerar mais o péssimo serviço prestado, e vamos assumir integralmente a gestão do sistema.”

Pantaleão afirma com forte ênfase que conhece a realidade do transporte urbano em Goiânia melhor do que todos os candidatos. “Sou o único candidato que anda todos os dias de ônibus.” Ele propõe a instituição de um fundo público de financiamento de investimentos em transporte coletivo, a ser formado pelas receitas de multas de trânsito, taxas de estacionamentos e outros recursos.

O candidato se compromete a restabelecer o chamado “orçamento participativo”. Diz ele: “Isto foi uma inovação trazida pelo Darci Accorsi, que foi prefeito eleito pelo PT, e que nós vamos restabelecer. É uma pena que o Paulo Garcia, sendo o candidato do PT, tenha abandonado a ideia, que é muito boa.” Do mesmo modo, afirma, “vamos restabelecer o programa Cidadão 2000, outra boa idéia do Darci que o PT de Paulo Garcia abandonou”.

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