Após atrasos, obras do VLT de Cuiabá começam dia 1º de agosto

25/07/2012 - Portal da Copa

Sistema de R$ 1,4 bi não tem projeto básico concluído, mas será tocada pelo regime RDC

Em agosto de 2011, o governo federal oficializou a troca do BRT (Bus Rapid Transit, ou corredores exclusivos de ônibus) pelo VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) como principal obra de mobilidade urbana da Copa do Mundo de 2014 em Cuiabá.

Praticamente um ano depois, as obras do sistema sobre trilhos ainda não começaram. A demora na formulação do anteprojeto nos moldes do RDC (Regime Diferenciado de Contratações) e no processo licitatório atrasou, de um modo geral, o início dos trabalhos em quase cinco meses.

Agora, com o consórcio definido (formado pelas empresas CR Almeida, Santa Bárbara, CAF [multinacional espanhola fez, entre outros, o metrô rápido de Edimburgo, Escócia; veja foto], Magna e Astep) e o contrato assinado, as obras devem, enfim, começar na próxima quarta-feira (1), de acordo com a Secretaria da Copa local, a Secopa. O grupo de empresas vai tocar o projeto a um custo estimado de R$ 1,47 bilhão.

“O consórcio construtor está terminando os projetos básico e executivo da obra. Também está finalizando o relatório de desapropriações e obtendo uma autorização para operar em uma área histórica da cidade“, explica a assessoria da Secopa.

De acordo com o órgão, a primeira fase das obras, que começa em agosto, vai contemplar a construção de trincheiras, viadutos, elevados e pontes que serão implantados na rota de pouco mais de 22 km do metrô rápido cuiabano. Mas o início da montagem do material rodante, e do VLT em si, deve ficar apenas para o primeiro semestre de 2013, informou a assessoria.

 
Trem da CAF em Edimburgo, Escócia; empresa integra o VLT Cuiabá (crédito: CAF/Divulgação)
Custo e prazo
Para financiar a obra, o governo garantiu um empréstimo de R$ 423 milhões via Caixa Econômica Federal, que já estava contratado para o sistema de corredores de ônibus BRT e foi redirecionado para o novo modal. Outros R$ 727 milhões estão praticamente acertados com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), financiamento este que deve ser contratado “em até um mês”, segundo a Secopa.

A soma destes empréstimos, porém, não bate com o valor proposto pelo consórcio. Faltariam cerca de R$ 200 milhões para completar a engenharia financeira do VLT. Para resolver esta questão, os gestores da Copa entraram com pedido para contar com isenções fiscais nos âmbitos estaduais e federais.

“A obra do VLT contará com uma isenção do ICMS, que é estadual. Nos casos do PIS e do Cofins, federais, já entramos com os pedidos de isenção”, afirma a assessoria do órgão de controle das obras da Copa.

Sobre o prazo de conclusão da obra, a Secopa sustenta que seriam necessários 24 meses para que o metrô de superfície seja entregue à população. Portanto, com o começo dos trabalhos programado para agosto, o bilionário VLT de Cuiabá seria inaugurado apenas depois do Mundial de 2014. Mas se depender do governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, o sistema sobre trilhos será definitivamente entregue em março de 2014, a três meses da Copa. Foi o que o mandatário garantiu na última terça-feira (24), em um balanço das obras apresentado à imprensa.

Outras obras
Para a Copa de 2014, além do VLT, Cuiabá contará com um conjunto de obras previstas no chamado Corredor Mário Andreazza. Destas intervenções, uma já está basicamente pronta. Trata-se da duplicação da ponte Mário Andreazza, por si só orçada em R$ 11 milhões. De acordo com a Secopa, a “parte física” da obra foi concluída, mas “faltam detalhes para a liberação do trecho”, que deverá ser um dos principais acessos entre Cuiabá e a vizinha Várzea Grande, cidade onde fica o Aeroporto Internacional Marechal Rondón.

Depois, o governo local espera entregar até o fim do ano as outras duas obras do corredor: a duplicação de 9km da rodovia Mário Andreazza (custo de R$ 22 milhões) e a trincheira entre as avenidas Miguel Sutil e Ciríaco Cândia, importante para o motorista que vem de Várzea Grande e precisa acessar a Arena Pantanal, estádio da Copa, sem necessidade de retorno.

Chamadas pela Secopa de “obras de travessia urbana”, elas custarão, ao todo, R$ 32 milhões. O financiamento é da Caixa

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