Taques já admite mudança para o BRT em Cuiabá

15/02/2015 - Cenário MT

O governador Pedro Taques admitiu ontem, pela primeira vez, que existe a possibilidade de o governo substituir o VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) pelo BRT (Bus Rapid Transit) como modal de transporte da Grande Cuiabá. A proposta consta num relatório que está sendo elaborado pelo gabinete de Projetos Estratégicos e que deve ser entregue ao chefe do Executivo logo após o carnaval. Além disso, o governador não descartou a existência de superfaturamento na obra, dado que só deve ser constatado em relatório feito pela Controladoria Geral do Estado (CGE) programado para o dia 28 de fevereiro.

Apesar de ter afirmado que pretende concluir as obras do VLT, o pedetista alega que vários fatores precisam ser levados em consideração e um deles é o valor da tarifa. Em audiência pública nesta semana, anunciou-se que o preço da passagem poderia chegar a R$ 10. Porém, o governo já gastou cerca de R$ 500 milhões na aquisição dos vagões do VLT, que estão estocados em um pátio em Várzea Grande, próximo ao Aeroporto Marechal Rondon, sendo deteriorados. O governador informou que o secretário extraordinário de Projetos Estratégicos, Gustavo Oliveira, está analisando se seria possível fazer a troca pelo BRT.

Se a mudança se concretizar, o governo terá voltado ao modelo inicial proposto quando Cuiabá foi definida como sede da Copa do Mundo de 2014. Ainda em 2010, por razões políticas, optou-se pelo VLT.

Taques já disse em diversas ocasiões que a obra do VLT será o maior escândalo que Mato Grosso já teve e reforçou este discurso em entrevista coletiva na manhã de ontem. "Temos uma bomba chamada VLT", afirmou. Ele adiantou que a empresa responsável por fiscalizar a obra constatou 600 irregularidades e apesar de algumas terem sido consertadas, muitas outras foram "ignoradas" pelo governo anterior. "Como não viram 600 irregularidades?", questionou.

Sem querer citar nomes ou apontar culpados, o governador reforçou que "quem roubou tem de ser responsabilizado". Ele lembrou que como senador defendeu a implantação do BRT, mas quando o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) optou por alterar a matriz para o VLT defendeu a fiscalização e relatou ter acionado todas as entidades competentes para supervisionar a obra.

Esta semana, o governador assinou decreto autorizando a retomada das obras da Copa, com exceção do VLT, que ainda está sob análise do gabinete de Projetos Estratégicos. Dentre as obras que devem ser retomadas estão as dos Centros Oficiais de Treinamento (COT) em Várzea Grande e na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Sobre a Arena Pantanal, Taques destacou três possibilidades para o futuro do estádio: venda, concessão ou ficar sobre a responsabilidade do Estado. No entanto, o governador praticamente destacou a possibilidade de assumir a gestão do espaço devido os altos custos, previsto em R$ 800 milhões por mês. Ele reforçou que os jogos locais não deixam a arena autossustentável.

Por outro, lado deve fazer uma parceria com Prefeitura de Cuiabá para garantir que o espaço externo da arena seja melhor aproveitado para lazer da população.

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