Niterói


Companhia Ferro-Carril Nictheroyense
Companhia Cantareira e Viação Fluminense
Serviços de Viação de Niterói a São Gonçalo 

1871 - 1964

Histórico

Em 27 de janeiro de 1871 foi firmada a primeira concessão para o sistema de carris urbanos por tração animal de Nichteroy, para o tenente coronel João Frederico Russell e Américo de Castro.

No dia 28 de junho de 1871, através do Decreto nº 4.748, foi autorizado o funcionamento da Companhia Ferro-Carril Nictheroyense por um período de 20 anos, com o fim de estabelecer o transporte de passageiros e cargas através de ferro-carril, em carros tracionados por animais, na cidade de Niterói e seus subúrbios, e a vapor no ramal de São Gonçalo em seu prolongamento, conforme contrato firmado com a província do Rio de Janeiro em 27 de janeiro e 3 de março de 1871.

Em 29 de outubro de 1871, foi inaugurada a primeira linha de bonde de tração animal de Nichteroy, com 3,903 km de extensão, ligando São Domingos ao Morro do Cavalão, passando pelo Ingá e Icarahy. A segunda linha é inaugurada em 8 de dezembro de 1871, entre São Domingos e o Centro de Niterói, com 2,437 Km de extensão.

Niterói foi a sétima cidade do Brasil a dispor de bonde de tração animal, atrás somente das cidades do Rio de Janeiro (1859), Porto Alegre (1864), São Salvador (1866), Maceió (1868), Recife (1868) e Santos (1871).

No dia 10 de março de 1872, é inaugurado o ramal do Barreto, com 3,300 Km de linhas, até o Largo de Barradas, atual Praça Nereu Guerra. No mesmo ano é inaugurada a estação ferroviária de Santana do Maruí, ponto inicial da Leopoldina Railway, localizada às margens da baía de Guanabara, no bairro do Barreto. O ramal é prolongado até Neves, em São Gonçalo, em 18 de outubro de 1885.

No dia 18 de maio de 1873, é inaugurada a linha entre as barcas o bairro de Santa Rosa, com ponto final no Largo do Marrão. Em pouco tempo a linha é prolongada pela rua Santa Rosa até a esquina da rua Mariz e Barros.

Em 1876, é inaugurada a linha para Ponta d´Areia, com ponto final no Largo do Quartel, atual Praça Fonseca Ramos. A linha foi prolongada até o Estaleiro em 1884.

No dia 11 de novembro de 1877, é inaugurada a linha Circular, com partidas da Ponte (Barcas) para Santa Rosa e Icarahy. 




No dia 23 de novembro de 1882, é renovado o contrato de exploração da linha, assinado em 27 de abril de 1871, de acordo com Decreto Provincial nº 2.637 de 24 de abril de 1882.

No dia 7 de outubro de 1883, é inaugurado o último trecho do ramal do Fonseca, entre a ponte Nº 4 até as proximidades da Caixa d'água. A linha do Fonseca passa então a contar com 4,300 Km de extensão.

Em 1883, o sistema contava com 43 bondes para passageiros e 3 de carga, sendo o movimento de cargas insignificante.

No dia 9 de novembro de 1884, é inaugurada a linha de Ponta d´Areia, com 1,8 Km de extensão. A linha tinha o seguinte itinerário: Ponte de Nictheroy, seguindo pelas ruas Marquês de Caxias, Barão do Amazonas (até o Quartel de Polícia), Praça 19 de fevereiro e trecho da rua Visconde de Itaboraí, seguindo daí em novo ramal até o estaleiro. O sistema de bondes passa então a contar com 35 Km de linhas, incluso desvios e linhas duplas.

Em setembro de 1885, a Companhia Ferro-Carril Nictheroyense recebe autorização para prolongar a linha do Barreto até Neves, junto ao novo Hyppodromo Guanabarense. A linha é inaugurada no dia 18 de outubro de 1885.


Pedra de Itapuca em 1885, atual Avenida Jornalista Alberto Francisco Torres




Linhas em 1888

Nictheroy – Icarahy – Santa Rosa
Nictheroy – Barreto, seguindo até Neves
Nictheroy – São Domingos, via rua Gal.Andrade Neves
Nictheroy – São Domingos, via Visconde de Rio Branco, combinado com as chegadas e saídas das Barcas
Nictheroy – Ponta da Areia
Nictheroy – Estação de Sant´Anna, de acordo com a chegada e partida dos trens para Nova Friburgo, Cantagallo e Tanguá
Nictheroy – Fonseca

Em primeiro de outubro de 1889, foi constituída a Companhia Cantareira e Viação Fluminense, resultante da fusão da Empreza de Obras Públicas no Brasil (carris urbanos e abastecimento de água de Nichteroy) com a Companhia Ferry.

Em 1889, o sistema de bonde de tração animal contava com 35,650 Km de linhas e 52 carros de passageiros, sendo 5 especiais.

Linhas em 1889

Centro – Icarahy – Santa Rosa
Centro – Barreto – Neves
Centro – São Domingos, via Rua do General Andrade Neves
Centro – São Domingos, via Visconde de Rio Branco, em correspondência com as Barcas Ferry das pontes de Nictheroy e São Domingos
Centro – Ponta d´Areia

Centro – Sancta´Anna (Estação de Trem), de acordo com a chegada e partida dos trens da Companhia de Nova Friburgo, Cantagallo e Tanguá. 

Em 1891, serviço de bondes é transferido para a Companhia Cantareira.

Transferências de Concessão

21/08/1871        Companhia Ferro Carril Nichteroyense            
18/05/1877        Domingos Moitinho
10/06/1833        Companhia Carris Urbanos de Nichteroy
02/10/1889        Empresa de Obras Públicas no Brasil
21/10/1892        Companhia Cantareira e Viação Fluminense

Segundo o Annuario Estatistico do Brazil de 1902, a Companhia Cantareira e Viação Fluminense contava com 40 carros de passageiros, 7 de carga, 424 muares, 35 km de linhas em bitola de 1,05 m, e 150 empregados.

Segundo o Decreto nº 767 de 31 de outubro de 1902, a Cantareira deveria construir os seguintes prolongamentos:

Santa Rosa - Varadouro
Largo do Marrão - Cubango
Icarahy - Canto do Rio

Em primeiro de novembro de 1902, a Companhia Cantareira, atendendo às solicitações dos moradores do Barreto e Engenhoca, cria o serviço de bondes auxiliares até o Barreto, substituindo o serviço de carros pequenos até o Ponto do 100 réis, localizado em frente à Paróquia São Lourenço, na rua Benjamin Constant.

Em 1904, é aberto ao público a funicular do Colégio Salesiano, facilitando a subida dos fiéis até o monumento de Nossa Senhora da Auxiliadora, localizado no alto da colina, inaugurado em 8 de dezembro de 1900.

Em contrato celebrado em 17 de outubro de 1905, a Cantareira foi obrigada e eletrificar todas as suas linhas.

Material rodante em dezembro de 1905

62 bonds diversos, incluso um de luxo
2 wagons para o transporte de carne
2 wagons para o transporte de aterro
5 plataformas
4 wagonetes
5 carros e carroças

Além de 734 muares

Em 1905, a Companhia Cantareira firma contrato com a província do Rio de Janeiro, assumindo a responsabilidade de construção de novas linhas. O contrato é modificado em 6 de janeiro de 1909, tornando-se obrigada a prolongar suas linhas até o município de São Gonçalo.

No dia 14 de outubro de 1906, é inaugurado o Plano Inclinado do Colégio Salesiano, conhecido como o "Ascensor da Virgem". 

No dia 31 de outubro de 1906, às 11 horas da manhã, é solenemente inaugurado o serviço de bonde elétrico, com a presença do presidente da república Dr. Rodrigues Alves. São entregues ao tráfego as linhas do Canto do Rio e Icarahy, com ponto final na rua do Reconhecimento, esquina com Santa Rosa. A força era gerada por uma usina elétrica a vapor, localizada no Largo da Detenção, com material importado da Europa e Estados Unidos. A linha aérea era do sistema alemão, fornecido pela Siemens & Halske, do mesmo tipo utilizado pela Companhia Villa Izabel no Rio de Janeiro. Os carros, importados dos Estados Unidos, foram montados nas oficinas da Companhia Cantareira, dotados de 2 motores de 40 cavallos e acessórios elétricos Westinghouse Company, comprimento de 8,5 metros, capacidade para 40 passageiros, com rodeios fornecidos pela Brill Company para bitola de 1 metro. Foram adquiridos 40 carros, todos dotados de aparelhos para iluminação interna e externa. Depois da solenidade de inauguração em frente ao Palácio do Ingá, iniciou-se o tráfego na linha de Icarahy com 6 carros, e na do Canto do Rio com 4. No mesmo dia, às 19 horas, é inaugurada a iluminação elétrica das praias das Flechas e de Icarahy.

Na época da inauguração da tração elétrica, a Companhia Cantareira tinha iniciado a construção de um grande depósito na rua Marechal Deodoro, em frente à usina de eletricidade.

No dia 7 de março de 1906, é entregue a fiação necessária para a eletrificação dos bondes da Companhia Cantareira. Aguardava-se para o próximo mês a chegada dos primeiros bondes elétricos fabricados na Europa.

Em março de 1907, prosseguia a construção das linhas de bondes elétricos para Neves, em São Gonçalo, e na Alameda São Boa Ventura.

No dia 25 de maio, de 1907, em cerimônia realizada com a presença do presidente do estado do Rio de Janeiro, é inaugurada a linha de bonde elétrico para Ponta da Areia.

Em 1907, a Companhia Cantareira inaugura a eletrificação da linha do Fonseca, sua última linha de tração animal.

No dia 29 de junho de 1908, a Companhia Cantareira e Viação Fluminense, de conformidade com o seu contrato, inaugura o edifício da Ponte Central (Estação das Barcas), destruída por incêndio em 1959.

Linhas de Carris da Companhia Cantareira em 1908

Barreto – Neves (E.F.maricá e Tramway Rural Fluminense)
Canto do Rio
Cubango
Fonseca
Icarahy
Sant´Anna
Santa Rosa
Viradouro
Central
Ponta da Areia
Rua Nova - Gragoatá

No dia 20 de março de 1909, é inaugurado o ramal entre São Domingos e o Forte do Gragoatá.

No dia 8 de maio de 1909, a firma Guinle & C. inaugura o suprimento de energia elétrica para Niterói.  No mesmo dia a Société Anonyme des Travaux et d´Entreprises au Brésil  inaugura a primeira zona de iluminação elétrica pública da cidade.

Em 1909, encontrava-se em estado adiantado a obra de prolongamento da linha do Canto do Rio até o Sacco de São Francisco, pela estrada Leopoldo Fróes.

No dia 25 de agosto de 1910, é inaugurado o prolongamento da linha de Neves até São Gonçalo.

No dia 12 de outubro de 1910, é inaugurado o ramal de bonde elétrico, em linha singela, entre o Canto do Rio e o bairro de São Francisco, com 2,1 Km de extensão, através da Estrada Leopoldo Fróes, que é alargada. A ultrapassagem dos bondes era realizado no desvio localizando na altura do atual Iate Clube Brasileiro.

Em outubro de 1910, prosseguia a construção do prolongamento da linha Marrão-Cubango até o Fonseca, inaugurado em 5 de março de 1911.

Em novembro de 1910, o Governo do Estado do Rio de Janeiro autoriza a companhia Cantareira a prolongar a linha de Carris Elétricos de São Gonçalo até o início da rua Doutor Nilo Peçanha, em São Gonçalo.


Rua Miguel de Frias por volta de 1910
Cartão Postal


No dia 25 de fevereiro de 1911, é inaugurada a linha de bonde elétrico para o Fonseca, em linha dupla através da Alameda São Boa Ventura, construída pela Companhia Cantareira. No mesmo dia é inaugurado o prolongamento da linha Circular até Ponta D´Areia, cujo ponto final era no Largo do Quartel.

No dia 4 de março de 1911, a Companhia Cantareira, que há meses pleiteava na justiça o prolongamento de suas linhas até o Centro de São Gonçalo, sendo proibida pela mesma, em função da exclusividade de mercado da Tramway Rural Fluminense, toma uma atitude arbitrária, arrancando os trilhos da Tramway Rural Fluminense, no cruzamento com a estrada da Sete Pontes, para a construção de suas linhas, aberta ao tráfego no dia 25 de março. No dia 3 de abril de 1911, é restabelecido o tráfego de bondes a vapor do Tramway  Rural Fluminense. O município de São Gonçalo contava com 30 mil habitantes e Niterói com 85 mil habitantes.

O sistema de bonde elétrico da cidade de Nictheroy conta va com 72,200 Km de linhas, incluso linhas duplas e desvios, 68 bondes elétricos, 103 reboques para passageiros e 30 para carga, transportando nesse ano 13.013.428 passageiros.


Cartão Postal circulado em 1908


Foram construídos em 1912

3 bondes elétricos de 10 bancos com 40 lugares
2 reboques de 10 bancos com 40 lugares
5 waggons-motores, typo gondola, para carga, com 4 rodas
1 waggon rebocada, typo gondola, para carga, com 8 rodas

No final de 1912, encontravam-se em construção 3 carros rebocados de 10 bancos, com 40 lugares, e 2 waggoons rebocados, typo gondola, para carga, com 8 rodas

Linhas em 1912

Central
Neves
Cubango
Gragoatá
Sacco de São Francisco
Icarahy
Santa Rosa - Viradouro
São Gonçalo

No dia primeiro de fevereiro de 1914, a Companhia Cantareira inaugura o tráfego de bondes elétricos em São Gonçalo, inicialmente com baldeação em Neves.


 Praça Martim Afonso

Praça Martim Afonso


Entre os anos de 1916 e 1919, com o mesmo material rodante, houve um aumento substancial no número de passageiros transportados, passando de 12, 8 milhões para 19,7 milhões, ou seja, um acréscimo de cerca de 54%.


Canto do Rio em 1920


No dia 26 de abril de 1921, a Companhia Cantareira adquire a Tramway Rural Fluminense, que operava uma linha de bonde a vapor, entre Neves e Alcântara, com 11,030 Km de extensão. 

No dia 27 de abril de 1921, é restabelecido o tráfego do bonde elétrico até o centro de São Gonçalo, então suspenso desde a rua Coronel Serrado, em função da ação judicial promovida pela Empresa Tramway Rural de São Goncalo. A ação foi extinta tendo em vista a aquisição da referida empresa pela Companhia Cantareira, que modifica a tração e a bitola do trecho.

Em 1922, entram em operação de mais 5 bondes elétricos de 13 bancos. No mesmo ano é concluído o assentamento de nova linha na rua São João, no centro, entre as ruas Visconde de Rio Branco e Marquês de Paraná.

No dia 29 de janeiro de 1924, é concluída a eletrificação e o alargamento da bitola do trecho Centro de São Gonçalo - Alcântara, com 4,883 Km de extensão.

No dia 30 de junho de 1924, é concluída a eletrificação do trecho Neves – Centro de São Gonçalo, com 6,431 Km de extensão.

Em 1926, a Prefeitura de Niterói, inicia a obra de implantação de refúgio em toda a extensão da Praia de Icarahy, após a Companhia Cantareira, concessionária do serviço de bondes, decidir pela duplicação da linha na mesma avenida.

No biênio 1928-1929 a Companhia Cantareira e Viação Fluminense contava com 93 bondes elétricos e 52 reboques.

Em 1928, a Companhia Cantareira operava as seguintes linhas de bonde elétrico:

Alcântara
Neves
São Gonçalo
Circular
Sacco de São Francisco
Gragoatá
Central
Ponta d'Areia
Icarahy
Viradouro
Canto do Rio
Estrada de Ferro
Cubango
Fonseca

Em 1929 é concluída a duplicação da linha da rua da Conceição, no centro de Niterói.

Em 1929, a tarifa dos bondes é reajustada de 100 para 200 réis. O povo quebra 17 bondes e coloca fogo no depósito de carvão da Companhia Cantareira.

Em outubro de 1929, são entregues ao tráfego 3 bondes elétricos reconstruídos, após as ocorrências de 11 de julho de 1928.

Em 1931, na administração do prefeito Júlio de Noronha, é entregue a remodelação da praça Martin Affonso, em frente à estação das Barcas.

No dia 27 de fevereiro de 1932, a Companhia Cantareira e Viação Fluminense é intimada a construir uma linha para servir a estação inicial da The Leopoldina Railway, inaugurada em 1930, na conformidade do contrato de 16 de outubro de 1905.

Em 1937, o sistema de bonde elétrico das cidades de Niterói e São Gonçalo contava com 94,743 Km de linhas, 103 carros motores, 66 reboques e 23 reboques mistos.


Praça Martim Afonso na década de 1930
Foto Arquivo Nacional


Em junho de 1941, através de contrato celebrado entre o Governo do Estado do Rio de Janeiro e a Companhia Cantareira e Viação Fluminense, responsável pela operação do serviço de carris entre Niterói e São Gonçalo, a concessionária é obrigada, entre outros melhoramentos, a construir uma linha para a estação da Leopoldina Railway e Mercado Municipal. A nova linha deveria ligar a Rua Barão do Amazona à Rua Benjamin Constant, passando pela Avenida Jansen de Mello.

Em 1944, são fechados os primeiros bondes. Em 1947, os bondes passam a ser administrados pelo Governo Estadual.



Ponto do Cem Réis em São Lourenço

Estação das Barcas


Em 1951 a Companhia Cantareira é adquirida pelo grupo Carreteiro, que não se interessou pela seção de bondes, sendo criado os Serviços de Viação de Niterói e São Gonçalo.

Em 4 de fevereiro de 1952, os Serviços de Viação de Niterói e São Gonçalo assinam a escritura de compra e venda dos bens pertencentes à Companhia Cantareira e Viação Fluminense. 

No dia 21 de novembro de 1953, é inaugurada a primeira linha de trólebus. A proposta do Governo Estadual era substituir todas as linhas de bonde por ônibus elétricos.

No dia 31 de dezembro de 1955, é extinto o tráfego de bondes na Praça Martim Afonso No mesmo dia os pontos finais das linhas de trólebus 7 (Avenida 7) e 8 (Estácio de Sá) são transferidos do primeiro quarteirão da Avenida Amaral Peixoto para a Praça da República, em frente à Assembleia Legislativa.

Novos pontos finais das linhas de bonde transferidas da Praça Martim Afonso:

São Gonçalo - Visconde de Rio Branco / esquina da rua Marechal Deodoro
Porto Velho - Visconde de Rio Branco / esquina da rua Marechal Deodoro
Neves - Visconde de Rio Branco / esquina da rua Marechal Deodoro
Largo do Moura - Visconde de Rio Branco / esquina da rua Marechal Deodoro
Cubango-Fonseca - Visconde de Rio Branco / esquina rua São João
Santa Rosa - Doutor Celestino (Palácio da Justiça)

No dia 10 de janeiro de 1957, o Serve extingue a linha de bonde 60 (Alcântara-São Gonçalo).

No dia 22 de maio de 1959, durante a greve dos funcionários do Grupo Carreteiro, empresa responsável pelo serviço de barcas para o Rio de Janeiro, o povo revoltado pela deficiência do serviço de emergência, prestados pelos barcos da Marinha, promove grande depredação, destruindo e incendiando a estação das barcas, além de bondes e trólebus que se encontravam nas ruas próximas.


Linha para Barcas-São Gonçalo, via Avenida Feliciano Sodré. Foto de 29/04/1960. Agência O Globo


Em abril de 1961, o sistema contava com 67 bondes motores, sendo que apenas 30 estavam em condição de tráfego, 10 em reforma, e 17 na sucata.

Em maio de 1961, a Prefeitura cria uma Comissão de Estudo para a retirada dos bondes de circulação, substituindo-os por trólebus. O poder público alegava que os bondes, além de atrapalharem o trânsito, geravam um prejuízo anual de 200 milhões de cruzeiros aos cofres do Estado. Em junho de 1961, o sistema de bondes de Niterói e São Gonçalo contava com 8 linhas em operação. O Governador Celso Peçanha planejava substituí-los por trólebus, por etapas. Em julho de 1961 restavam apenas 25 bondes em tráfego, enquanto 40 se encontravam encostados nas oficinas.

No final de março de 1963, quinze dos 45 bondes do Serve começam a ser desmanchados, restando apenas 20 bondes para operação. Em junho, o Serve contava com 20 bondes motores em condições de uso e mais 5 encostados. Em novembro de 1963, o governador Badjer da Silveira autoriza o Serve (Serviço de Viação do Estado) abrir concorrência para a compra de 30 ônibus a diesel.

Em dezembro de 1963, o Serve mantinha apenas 8 bondes em operação, mas linhas Niterói – São Gonçalo (via Porto Velho) e Niterói – São Gonçalo (via Neves). Os antigos bondes já eram desmontados para serem vendidos como sucata.


Correio da Manhã, 01/08/1964
Para ampliar clique na imagem


No dia 28 de outubro de 1964, circula o último bonde na linha Niterói – São Gonçalo, via Doutor March, restando em circulação apenas 6 bondes em tráfego na linha Niterói – Rodo de São Gonçalo via Porto Velho.

No dia 31 de junho de 1964, circula o último bonde em Niterói, o carro 82, na linha Barcas - São Gonçalo, via Porto Velho, dirigido pelo motorneiro mais antigo da companhia. O sistema é extinto por ser considerado deficitário.

Em 1975, Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro apresenta um relatório preliminar de implantação de pré-metrô no Rio de Janeiro, entre Maria da Graça e São Mateus. No ano seguinte é concluído o estudo de implantação de uma linha de Pré-Metrô, com bondes modernos, entre Alcântara e o centro de Niterói, aproveitando o leito ferroviário da RFFSA. O projeto nunca foi executado.

Em 2003, a Prefeitura de Niterói lança o edital de venda da antiga garagem dos bondes e da CTC, localizada na esquina das ruas Marechal Deodoro e Jansen de Mello.

Em agosto de 2007, a Câmara Municipal de Niterói aprova indicação, pedindo ao executivo o estudo de viabilidade de implantação de uma linha de bonde entre o centro e a Zona sSul. A Prefeitura sugeria que o bonde circulasse apenas no Caminho Niemeyer, até a Praça Levi Ramos.

Em fevereiro de 2016, em paralelo às obras de construção do corredor de ônibus Transoceânica, a Prefeitura buscava recursos para a realização do estudo de viabilidade de um Veículo Leve sobre Trilhos entre o Centro e Charitas.

No dia 27 de novembro de 2017, a Prefeitura de Niterói firma acordo com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) para o desenvolvimento do estudo de viabilidade para implantação de uma linha de VLT em Niterói (Veículo Leve sobre Trilhos), além de melhorias na mobilidade urbana na cidade.

Linhas e itinerário em 1943


Passageiros Transportados

1871              91.708
1904         4.711.822
1905         4.909.526
1911       11.509.342
1912       13.013.428
1914       13.698.996
1915       12.674.779
1916       12.839.677
1917       13.888.919
1918       15.326.702
1919       19.640.739
1920       23.338.337
1921       25.348.213
1922       28.558.555
1923       32.184.843
1924       35.568.652
1930       48.719.000
1931       46.295.000
1932       46.166.000
1937       60.667.918
1938       59.795.875
1950       48.351.973
1951       46.030.359

Extensão das Linhas (Km)

1882       23,634
1888       30,000
1889       35,650
1912       72,200   já eletrificados
1937       94,743
1938       94,642


REFERÊNCIAS:

Como estava annunciado. Gazeta de Notícias. Rio de Janeiro. 12 novembro 1877. p.1.

Bonds movido pela electricidade. Revista de Engenharia. Rio de Janeiro. 17 janeiro 1883. p.321.

Bonds para o Barreto. O Fluminense. Niterói. 28 outubro 1902. p.1.

Serviço de Bonds. O Fluminense. Niterói. 8 março 1906. p.2.

Companhia Cantareira e Viação Fluminense, Relatorio da Directoria. O Fluminense. Niterói. 11 abril 1906. p.3.

Tracção Electrica. O Fluminense. Niterói. 18 março 1907. p.1.

Iluminação electrica. O Fluminense. Niterói. 8 maio 1909. p.2.

Nictheroy. Gazeta de Notícias. Rio de Janeiro. 12 outubro 1910. p.3.

O Governo do Estado do Rio de Janeiro. O Paiz. Rio de Janeiro. 30 novembro 1910. p.5.

Nictheroy. Gazeta de Notícias. Rio de Janeiro. 25 fevereiro 1911. p.4.

A Companhia Cantareira. O Paiz. Rio de Janeiro. 1 fevereiro 1914. p.4.

Almanak Commercial e Administrativo de Nictheroy, 1889.

BRASIL. Annuario Estatistico do Brazil, 1912. Directoria Geral de Estatistica. Ministerio da Agricultura, Indústria e Comércio.

BRASIL. Relatório do Ministério da Agricultura de 1872

CATÃO, Ligia. O Fluminense, 1985, janeiro, 20.

FÉRREAS, João Pereira. Exposição sobre os Serviços Municipaes a Cargo da Prefeitura de Nictheroy apresentada à Câmara Municipal em Novembro de 1908

FORTE, José Mattoso Maia. O Município de Niterói, 1941

Revista Ferro-Carril. Rio de Janeiro. Abril 1913.

Relatório da Província do Rio de Janeiro - Mensagem, 1930

Governo do Estado do Rio de Janeiro. Relatório do Exercício de 1933.

Mensagem à Assembleia Legislativa apresentada pelo Governador do Estado, por ocasião da abertura da sessão legislativa de 1953. 15 março 1953. p.210.

Revista Guia Rex. Rio de Janeiro. 1960.

Serve desmonta 15 bondes para dar lugar aos 20 novos ônibus Última Hora. Rio de Janeiro. 01 abril 1963. p.3.

Transoceânica em nova fase. O Globo. Rio de Janeiro. 21 fevereiro 2016. Jornal de Bairro. p.3.

Página lançada em 2 de maio de 2018.

Comentários