Conclusão de VLT de Cuiabá precisa de mais R$ 1 bi, diz professor da UFMT

04/05/2015 - Mato Grosso Notícias

Incerta, a conclusão do Veículo Sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande tem gerado polêmica. Em depoimento na CPI que apura irregularidade nas obras da Copa, o professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Luiz Miguel de Miranda, revelou que cada quilômetro do modal está saindo ao custo de R$ 67 milhões.

O professor, que apresentou uma tese de mestrado que analisa a necessidade do VLT, disse não acreditar na conclusão do modal com o valor total já empregado, defendendo que seria necessário empregar um total de R$2,5 bilhões, ou seja, R$1 bi a mais do que já foi contratado.

Com os dados, o professor demonstrou que o modal que melhor atenderia os municípios seria o Bus Rapid Transit (BRT), a um custo muito inferior do VLT.

Para Miranda, o governo agiu com soberba com a população sobre o VLT e que faltou interesse na gestão em realizar as obras, e esconder da sociedade a realidade sobre o transporte público e a necessidade das mudanças na mobilidade urbana das cidades.

Na mesma sessão foi ouvido o gerente executivo do setor de Governo da Caixa Econômica Federal, Manoel Tereza Pereira dos Santos e houve divergências de informações quanto ao depoimento anterior do Superintendente da instituição em Mato Grosso, Carlos Roberto Pereira.

Entre elas, destaca-se que a Caixa Econômica já liberou praticamente todo o FINANCIAMENTO para a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), no valor total de R$1,150 bi, sendo que já foram liberados R$1,066 bi.

Com 73% das obras do VLT concluídas, há 71% do pagamento total realizado, sendo que deste valor, a Caixa Econômica praticamente liquidou o FINANCIAMENTO, e o restante corresponderia ao valor de desoneração tributária do Estado em torno de e a contrapartida de R$ 68 milhões.

O gerente destacou que o governo não cumpriu a contento com as suas obrigações de pagamento, o que causou um descasamento entre o FINANCIAMENTO da Caixa e a contrapartida do Estado para totalizar o valor do empreendimento orçado em R$ 1,477 bi.

Conforme Manoel Tereza, as medições eram recebidas pela Caixa enviadas pela extinta Secretaria da Copa (Secopa), e para a liberação do pagamento, os engenheiros realizavam a aferição em campo. Contudo, destacou que a inspeção é visual e que a instituição não conta com quadro especializado das diversas áreas da engenharia necessárias para a implantação da obra.

Sobre diversos erros em obra, como os viadutos da UFMT e da Sefaz, o gerente da Caixa destacou novamente a inspeção visual, e que do ponto de vista visual este último viaduto estava pronto. "A inspeção ocorreu dentro dos critérios da Caixa, que é a aferição visual com as medições atestadas pelo governo do Estado e o Consórcio contratado para a obra. O que ocorreu em algumas obras pontuais, foi de não concordarmos com o material utilizado e pedirmos a sua substituição", explicou.

Com relação a possíveis superfaturamentos nos preços praticados para a implantação do VLT, Manoel Tereza destacou que a Caixa não constatou sobre preço, que constavam nos parâmetros de análise, mas destacou que a Caixa não teria como aferir todos os valores contratados. Já sobre os atrasos nas obras, o gerente observou que não foi cumprido o cronograma apresentado pela Secopa.

"As obras não evoluíram conforme o cronograma e achávamos o ritmo não compatível e questionamos o governo, chegamos a propor um plano de arranque, e informaram que seria realizado, com a vinda de outros trabalhadores até de outros Estados, para compor a equipe do VLT e acelerar o andamento com uma grande frente de trabalho e reafirmaram a conclusão no prazo de 12 de junho de 2014", informou Manoel.

Ao ser questionado sobre possível pressão do governo federal para a liberação do FINANCIAMENTO devido a contratação ser para obras da Copa, Manoel Tereza negou e declarou que havia naturalmente, a consciência da urgência devido ao cronograma.

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