Cuiabá

Companhia Progresso Cuyabana
1891 - 1918

Histórico

Em 1722, descoberta das minas de ouro, pelo sorocabano Miguel Sutil, que deu origem à cidade de Cuiabá. Em 1727 o povoado já contava com cerca de 3 mil habitantes.

Em 1859, início do serviço regular de navegação para Cuyabá, com a linha Montevideo (Uruguay) – Cuyabá. Oserviço foi interrompido em 1864, quando o barco foi aprisionado por Solano Lopes, iniciando a Guerra do Paraguay.

Em 1889, é lançado o projeto do bonde de tração animal. "O cidadão Joaquim Francisco de Matos funda em 5 de setembro de 1889 a Companhia Progresso Cuiabana com a finalidade de estabelecer uma linha de bonde de tração animal e um matadouro. Subscreveram ações da companhia a maioria das pessoas mais importantes da cidade. Os trilhos foram colocados em 7 de setembro de 1890. A linha se estendia do Porto Geral até a Praça Conde Azambuja (Largo da Mandioca), entretanto só seria inaugurada em 30 de abril de 1891. A Linha foi comprada pela firma Almeida e Companhia, que a revendeu para Benedito Leite de Figueiredo, não suportando os prejuízos, suspendeu o serviço.” Manoel L.S.Alves Cunha. História de Cuiabá. 2003.


   
Rua Pedro Celestino em 1891

Empreza Ferro Carril Cuyabana em 1891

Passagem do bonde em 1891


Itinerário da linha: Largo da Mandioca (Praça da Mandioca), Beco do Candieiro, Prainha, rua Treze de Junho e ponto final no Porto.

Segundo relatos a companhia chegou usar duas locomotivas a vapor na linha sem sucesso. Em função de constantes  descarrilamentos voltou-se ao emprego da parelha de muares.

Em 8 de outubro de 1899, foi instalada a primeira linha telefônica de Cuiabá, entre a estação telegráfica, na rua Pedro Celestino, e o Palácio do Governo.


Atual rua 13 de Junho

Porto de Cuyabá. Cartão Postal sem data

Cartão postal circulado em 1914


Em 1899, a Companhia Progresso Cuyabano contava com 10,785 Km de linhas com bitola de 0,85 m, frota de 5 carros de passageiros e 4 de carga, além de 37 muares, transportando nesse ano 189.312 passageiros.

No início de 1912, segundo o Annuario Estatistico do Brazil, o sistema de bonde de tração animal da cidade de Cuiabá contava com 6,5  km de extensão, 40 muares, 8 carros de passageiros e 4 de carga.

Em 1918, circulou o último bonde de tração animal em Cuyabá, substituído por uma linha de automóvel.

O depósito da companhia localizava-se na rua 13 de Junho, esquina com a Avenida Dom Bosco.


Bonde de tração animal de Cuiabá
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Bonde Elétrico

Em 2012, foram iniciadas as obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), sendo paralisadas em dezembro de 2014. 

As obras, orçadas em R$ 1,477 estavam a cargo do Consórcio VLT Cuiabá – Várzea Grande, formado pelas seguintes empresas: CAF Brasil, CR Almeida, Santa Bárbara Construções, Magna Engenharia, Astep Engenharia, Cohabita Construções, Todeschini Construções e Terraplanagem, Constil Construções e Terraplanagem.

Até junho de 2016, a obra do VLT já havia consumido R$ 1,06 bilhão. 
 

Primeiro teste dinâmico realizado em 2 de outubro de 2014 no Centro de Manutenção

Parada do Aeroporto de Várzea Grande em 2014, no primeiro trecho energizado
fora do Centro de Manutenção

Parada do Aeroporto de Várzea Grande em 2014

VLT de Cuiabá em 2014


Obras do VLT de Cuiabá em 2015

Obras em junho de 2016


No dia 8 de maio de 2017, a Justiça prorroga por 25 dias a decisão sobre o acordo firmado entre o Governo Pedro Taques e o Consórcio VLT para perícia do Ministério Público Federal.

No dia 15 de maio de 2017, o governador Pedro Taques entrega ao presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, a Mensagem do Executivo com pedido de autorização para o empréstimo de 800 milhões de reais para a finalização das obras do VLT. O Estado deveria pagar mais 922 milhões de reais ao Consórcio VLT, sendo que já contava com 193 milhões de reais em caixa do empréstimo anterior.

No dia 15 de maio de 2017, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, afirma, durante entrega de casas populares do Residencial São Benedito, em Várzea Grande, que o Governo Federal iria ajudar Mato Grosso a concluir o VLT. Os 28 meses de obras paradas oneraram ao estado 28 milhões de reais.  O consórcio VLT já tinha recebido 980 milhões de reais, desde que as obras foram iniciadas em junho de 2012. 

No dia 9 de agosto de 2017, a Polícia Federal aponta  fraudes na licitação, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, entre outros crimes que teriam ocorridos durante a escolha do modal VLT.

No dia 25 de agosto de 2017, o governo do estado anuncia oficialmente o rompimento das negociações com o Consórcio VLT para a retomada das obras, ajustando o contrato firmado em 2012.

No dia 4 de novembro de 2017, o governo do estado anuncia que em 2018 seria aberta uma nova licitação para a conclusão das obras do VLT.

No dia 5 de janeiro de 2018, é inaugurado primeiro abrigo de ônibus climatizado de Cuiabá, a Estação Alencastro, localizada na na Praça Alencastro, na Avenida Getúlio Vargas, Centro Histórico de Cuiabá.


Material rodante em 2020


Em 15 de junho de 2021, a Câmara Municipal de Cuiabá envia ofício ao Tribunal Regional Eleitoral questionando se um plebiscito poderia ser realizado na capital sobre a escolha entre o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e o Ônibus de Trânsito Rápido (BRT). O pedido é rejeitado em 28 de junho de 2021, em função da Câmara Municipal não ter competência sobre o assunto.

Em 26 de julho de 2021, as empresas que compõem Consórcio VLT são multadas em mais de R$ 96 milhões pelo governo de Mato Grosso, em função de pagamentos indevidos por gestores do Consórcio para membros do governo na gestão do ex-governador Silval Barbosa.

Em 12 de março de 2023, em função do início da construção do BRT, foi iniciada a desmontagem da estrutura do VLT. No mesmo mês foi iniciada a retirada dos trilhos.

Em 26 de agosto de 2023, o Tribunal de Contas da União (TCU) criou um grupo de trabalho para solucionar destinação de peças e acessórios do VLT.


Rede básica do VLT de Cuiabá



População de Cuiabá / Várzea Grande

1727   3.000
1890 92.827
2010              803.694


REFERÊNCIAS:

CUNHA, Manoel L. S. Alves. História de Cuiabá. 2003

ARRUDA, Jardel. Governador entrega mensagem com pedido de empréstimo de R$ 800 milhões para concluir VLT. Jornal Olhar Direto. 15 maio 2017.

BAZANI, Silvana. Obras inacabadas já causaram prejuízo de R$ 280 milhões aos cofres públicos. O Documento. 23 maio 2017.

BRASIL. Annuario Estatistico do Brazil 1912. Directoria Geral de Estatistica. Ministerio da Agricultura, Indústria e Comércio.

RIBEIRO, Camila e RODDRIGUES, Lucas. Delatora, Roseli presta depoimento na CGE e se diz tranquila. Mídia News. 26 fevereiro 2018.

TEIXEIRA, Victor Fanaia. Decisão sobre retomada do VLT é prorrogada por 25 dias para perícia do MPF. Olhar Jurídico. 8 maio 2017.

Estado rompe negociações com consórcio para retomar VLT. Folha Max. 25 agosto 2017.

Governo faz empréstimo para término do VLT, mas obra continua parada”. G1 MT. 6 junho 2016.

Governo Federal ajudará Mato Grosso na conclusão do VLT, afirma ministro. O Documento. 17 maio 2017.

Vereadores de Cuiabá mandam ofício ao TRE para realização de plebiscito para que população escolha entre VLT e BRT. G1. 15 junho 2021.

Técnicos do TRE rejeitam pedido de plebiscito sobre o VLT. O Livre. Cuiabá. 29 junho 2021.

Empresas que compõem Consórcio VLT são multadas em mais de R$ 96 milhões pelo governo de MT. G1 MT. 27 julho 2021.

TJMT mantém liminar e nega pedido da Prefeitura de Cuiabá para impedir troca do VLT pelo BRT. O Documento. Cuiabá. 7 outubro 2021.

Prefeito estuda criação de comissão técnica para que Cuiabá dê continuidade às obras do VLT. Prefeitura de Cuiabá. 09 julho 2022.

Estrutura do VLT de Cuiabá começa a ser desmontada após abandono. Jornal do Commercio. 13 março 2023.

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