Companhia Campineira de Carris de Ferro
Companhia Campineira de Tração, Luz e Força
Companhia Paulista de Força e Luz
1878 - 1968
Histórico
Em 1878 foi fundada a Companhia Campineira de Carris de Ferro, sendo autorizada a funcionar através do Decreto Imperial nº 7.387 de 26 de julho de 1879. Os trabalhos de assentamentos dos trilhos foram iniciados em 27 de maio de 1879.
Jornal da Tarde, São Paulo, 20/05/1879
A primeira linha de bonde de tração animal foi inaugurada em 25 de setembro de 1879, ligando a praça da Estação à praça José Bonifácio, atual largo da Catedral Metropolitana, via rua Treze de Maio. A companhia contava com 4 carros de passageiros, fabricados pela Companhia John Stephenson de NewYork. Mais tarde, em 1904, foram adquiridos alguns carros usados da Companhia Viação Paulista de São Paulo.
Em março de 1880, a companhia de bonds transporta 18.393 passageiros. Em junho de 1895, transporta 40.074 passageiros.
Em junho de 1882, a diretoria da Companhia Paulista autorizou a Companhia Carris de Ferro assentar trilhos até a plataforma da estação da estrada de ferro.
Em 22 de agosto de 1883, foram iniciadas as obras de prolongamento da linha para o bairro do Guanabara.
Em junho de 1885, foram iniciados os trabalhos de prolongamento da linha para o bairro de Botafogo, a partir do entroncamento da rua 11 de Agosto com a de São José. Em 27 de março de 1888, foi iniciado o assentamento dos trilhos do prolongamento para o Hippodromo, aberto ao tráfego no mês seguinte.
Tração Animal em 1900
Em 1906, é inaugurada a Usina Hidrelétrica de Salto Grande, com potência de 720 kw, construída pela firma de eletricidade Cavalcanti, Byington & Cia. No mesmo ano a firma compra a Companhia Campineira de Iluminação a Gás, que até então detinha o monopólio da iluminação urbana, desde 1872, criando a Companhia Campineira de Iluminação e Força. Em 1910, com vistas a explorar o serviço de carris elétrico, a companhia troca o nome para Companhia Campineira de Tração, Luz e Força, recebendo autorização da municipalidade para exploração dos serviços de iluminação elétrica e carris elétrico somente em 1911.
No início de 1912, segundo o Annuario Estatistico do Brazil, o sistema de carris de tração animal da cidade de Campinas contava com 11 km de extensão, 130 muares, 16 carros de passageiros e 4 de carga, transportando nesse ano 372.907 passageiros.
Tração animal em 1913
Ponto final da linha 11 em frente ao Cemitério, por volta de 1915
Eletrificação
Em 1912, a The J.G. Brill Company embarcou para o Brasil 8 bondes elétricos de 10 bancos 3 gondolas de um
Em junho de 1912, finalmente foi inaugurada a primeira linha de bonde elétrico de Campinas. A antiga Companhia Campineira de Carris de Ferro foi absorvida pela nova empresa Companhia Campineira de Tração, Luz e Força.
Carro de 10 bancos
Brill Magazine, 1912
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Em 1913 foram inauguradas as linhas de bonde elétrico do Taquaral, Maternidade, Vila Industrial via Hipódromo, e Ponte Preta. O sistema passou a contar com 26,740 km de vias eletrificadas.
Praça da Catedral e rua da Conceição em 1924
Em 1942 a Companhia Campineira contava com cerca de 26 km de linhas, 22 carros motores de passageiros, e 13 linhas em operação, além de explorar o serviço do Ramal Férreo, entre a cidade de Campinas e a povoação de Cabras, num percurso de 30 km todo eletrificado. Em 1946 a Companhia Campineira de Tração, Luz e Força é adquirida pela Companhia Paulista de Força e Luz.
1912
Largo do Rosário em 1928
Linha do Bonfim na década de 1940
No dia 30 de janeiro de 1960, a Estrada de Ferro Sorocabana desativa o Ramal Férreo Campineiro, até então operado por bondes elétricos.
Ponto final da linha Jardim Bela Vista na década de 1960
Coleção Museu Ferroviário Paulista
Rua 13 de Maio na década de 1960
Acervo Centro de Memória da UNICAMP
Avenida Francisco Glicério em 1966
Em 1964, o sistema de bondes começou a ser desativado. O último bonde em Campinas circula em 24 de maio de 1968. No entanto, no dia 5 de novembro de 1972 é inaugurado no Parque Taquaral, atual Parque Portugal, uma pequena linha de bonde turístico, com pouco mais de 3 km de extensão com 4 antigos remanescentes, antigos prefixos 125, 129 e 132 e o bonde de número 2 do extinto sistema da cidade de Piracicaba. A linha funcionava apenas nos finais de semana mas com grande procura.
Última viagem em 1968
Garagem dos bondes em 1968
Foto Aristides Silva
Parque Taquaral na década de 1970
Foto Sarmento Junior
Parque Portugal em 08/04/2017
Foto Alois Oehninger
Parque Taquaral em 2020
As Rotas dos Bondes em Campinas
Linha 1
Vila Industrial - ponto de partida na Av. Francisco Glicério, em frente aos Correios e Telégrafos, seguido pelas uas Conceição, Barão de Jaguara, Av. Dr. Moraes Sales, Viaduto Paulista, Av. João Jorge, ruas Sales de Oliveira, Pereira Lima, Jóquei Clube, Dr. Mascarenhas, Av. Andrade Neves, Rua 13 de Maio e, por esta, até o ponto de onde partia.
Linha 2
Vila Industrial - o ponto inicial era na Praça José Bonifácio (Largo da Catedral), seguia pela Av. Francisco Glicério, Rua General Osório, Av. Andrade Neves, ruas Dr. Mascarenhas, Pereira Lima, Sales de Oliveira, Av. João Jorge, Viaduto da Paulista, Rua Moraes Sales, Av. Francisco Glicério e, por esta, até a Praça de partida.
Linha 3
Guanabara - saia da Praça José Bonifácio (Largo da Catedral), seguia pela Av. Francisco Glicério, ruas General Osório, José Paulino, Barão Geraldo de Rezende, Av. Barão de Itapura, até o Liceu N.S. Auxiliadora, de onde voltava pelo mesmo percurso até a Rua José Paulino, entrando pela Rua 13 de Maio em direção ao seu ponto inicial.
Linha 4
Taquaral - partia da Praça Bento Quirino, atingindo as ruas Sacramento, Marechal Deodoro, Dr. Quirino, Major Solon, Paula Bueno até a Amador Bueno, de onde retornava pelo mesmo percurso.
Linha 5
Estação - Circular, saía da Praça José Bonifácio (Largo da Catedral), seguindo pela Av. Francisco Glicério, Rua General Osório, Av. Andrade Neves, Praça Floriano Peixoto (Largo da Estação), Rua 13 de Maio até o ponto inicial.
Linha 6
Cambuí - iniciava na Rua Dr. Quirino, descia a Rua Thomas Alves, prosseguia pela Av. Anchieta, Rua General Osório, Av. Júlio Mesquita, ruas Olavo Bilac, Santos Dumont, Cel. Quirino, Conceição, Av. Júlio Mesquita, ruas General Osório e, pela Dr. Quirino, atingia o ponto inicial.
Linha 7
Cambuí - também circular, como o outro, partia da Rua Dr. Quirino, descia a Rua Thomaz Alves, caminhava pela Av. Anchieta, Rua General Osório, sendo o restante o percurso similar ao anterior.
Linha 8
Bonfim - Partia da Praça José Bonifácio, seguindo pela Av. Francisco Glicério, Rua General Osório, Av. Andrade Neves, Rua Dr. Mascarenhas, Av. Governador Pedro de Toledo e Praça Izidoro Dias Lopes, Rua Erasmo Braga, de onde voltava pelo mesmo percurso até a Av. Andrade Neves, passando pela Praça Floriano Peixoto (Largo da Estação), descendo, depois a Rua Treze de Maio até o local de partida (Praça José Bonifácio).
Linha 9
Botafogo - partia da Praça José Bonifácio, seguindo pela Av. Francisco Glicério, ruas Gal. Osório, Saldanha Marinho, Hércules Florence, Culto à Ciência, Barão de Itapura, Av. Andrade Neves, Praça Floriano Peixoto (Largo da Estação), Rua 13 de Maio, até o ponto inicial. Segundo realtos, era o mais alegre por transportar grande número de adolescentes que se dirigiam ao tradicional Colégio Culto à Ciência, isto dava muito trabalho ao seu cobrador, pois tantos os meninos quanto as meninas que além da gritaria e do gargalhar, sempre contrariavam as normas estabelecidas e se amontoavam pelos estribos do bonde a fim de demonstrar valentia e descumprimento às leis.
Linha 10
Castelo - o ponto de partida era na Praça Bento Quirino, seguindo pelas ruas Sacramento, Marechal Deodoro, Dr. Quirino, Av. Dona Libânia, Av. Orosimbo Maia, Av. Brasil, ruas Joana de Gusmão, Barros Monteiro, Pereira Tangerino e Oliveira Cardoso, onde estava o o final da linha bem perto à Torre do Castelo. A volta era pelo mesmo itinerário.
Linha 11
Avenida Saudade - Ponte Preta - Fundão - saía da Av. Francisco Glicério, em frente aos Correios e Telégrafos, indo pelas ruas Conceição, Barão de Jaguara, Abolição, Álvaro Ribeiro, Av. Saudade até o portão do Cemitério, de onde voltava pelo mesmo trajeto até o cruzamento das ruas Barão de Jaguara e Moraes Sales, prosseguindo por ela até a Av. Francisco Glicério, e por esta, até o ponto inicial.
Linha 12
Bosque - partia da Av. Francisco Glicério, em frente aos Correios, seguindo pelas ruas Conceição, Barão de Jaguara, Av. Dr. Moraes Sales, Antônio Cesarino, Duque de Caxias, Padre Vieira, Rua Proença (final da linha), de onde voltava pelo mesmo percurso até a Av. Dr.Moraes Sales, quando entrava pela Av. Francisco Glicério até o ponto inicial.
Linha 13
Vila dos Alecrins - Praça Municípios de São Paulo ou Praça Municípios - partia da Rua Dr. Quirino com Rua Thomas Alves, seguindo pela Rua Major Solon, Av. Orozimbo Maia, ruas dos Alecrins, Antônio Lapa, Capitão Francisco Paula, Querubim Uriel, até a Vila Estanislau, seu ponto final. Voltava pelo mesmo itinerário.
Linha 14
Boa Esperança - Esta foi a linha estabelecida pela CCTC para repor a antiga linha da CCTL&F. Praticamente era de percurso idêntico à linha original da CCTL&F. Seu ponto final era no bairro Boa Esperança, conhecido vulgarmente na época por "Fura Zóio". Essa última parada ficava à poucos metros dos limites da fazenda Vila Brandina, por onde anteriormente os trilhos continuavam seu caminho em direção à Sousas.
Fonte: Site Campinas Virtual
REFERÊNCIAS:
Hontem em Campinas. Jornal da Tarde. São Paulo. 28 maio 1879. p.3.
Campinas. Jornal da Tarde. São Paulo. 23 agosto 1883. p.1.
Campinas. O Commercio de São Paulo. 06 julho 1895. p.1.
BRASIL. Annuario Estatistico do Brazil, 1912. Directoria Geral de Estatistica. Ministerio da Agricultura, Indústria e Comércio.
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