Companhia Ferro-Carril de Campos.
Companhia Brasileira de Tramways, Luz e Força
Serviços de Força, Luz e Viação de Campos
Serviços Industriais do Norte do Estado (SINE)Serviços de Força, Luz e Viação de Campos
1873 - 1964
Histórico
Em 6 de junho de 1873, é fundada a Companhia Ferro-Carril de Campos, quando a cidade contava com 19.520 habitantes
Em julho de 1873, é inaugurada a primeira ferrovia do Município, ligando Campos a São Sebastião. Em 1875 a ferrovia é prolongada até Macaé. Em poucos anos a cidade se transforma no maior entroncamento ferroviário do norte da Província. No dia 5 de abril de 1875, é inaugurada a primeira ponte sobre o rio Paraíba do Sul, a “Municipal”, com cobrança de pedágio.
No dia 15 de setembro de 1875, é inaugurada a primeira linha de bonde de tração animal, ligando a estação da Estrada de Ferro Macaé – Campos ao Porto das Pedras. No dia 19 de setembro de 1875, foi inaugurado o prolongamento até a Praça São Salvador. Em 1876, é inaugurado o bonde para fumantes.
Em 1881, a cidade de Campos contava com 93.212 habitantes, sendo 37 mil escravos. No dia 24 de junho de 1883, é oficialmente inaugurada a iluminação pública elétrica, com a presença do Imperador e cerca de 20 mil populares. Trata-se da primeira cidade do país e da América do Sul a dispor de tal melhoramento. O primeiro teste já tinha sido realizado no dia 26 de abril de 1883, também com a presença do Imperador Dom Pedro II.
Em 1885, o sistema de carris de tração animal contava com 7,600 km de linhas, sendo planejada a construção de um ramal até a Usina do Queimado. Depois de grandes dificuldades financeiras, a companhia entrou numa nova fase, após a entrada de novo administrador, voltando suas ações a serem valorizadas.
Em 1887, cerca de 2 mil prédios de Campos já contavam com serviço de esgoto e 554 com fornecimento de água. A instalação da rede de esgotos foi iniciada em 1886, pela firma inglesa “Campos Syndicate Limited Co.”
No início de 1912, o sistema de bonde de tração animal de Campos contava com 16 km de linhas, incluso desvios e linhas duplas, 181 muares, 20 carros de passageiros e 5 de carga.
Em 1914, a concessão do serviço de bondes foi transferido à Companhia Brasileira de Tramways, Luz e Força (T.L.F.). Em dezembro de 1915, os jornais anunciam que em breve começaria o assentamento dos trilhos do bonde elétrico, e que 10 bondes estavam em construção na firma Trajano de Medeiros, no Rio de Janeiro, no bairro do Engenho de Dentro.
No dia primeiro de outubro de 1916, é realizada a primeira experiência dos bondes elétricos. No dia 5 de novembro de 1916, a Companhia de Tramways Luz e Força, inaugura a primeira linha do bonde elétrico, com a presença do presidente da república, Wenceslau Braz.
Primeiras linhas de bonde elétrico
Linha Via Tempo Ida e Volta
(minutos)
Saco Alberto Torres 20
Avenida Pelinca 13 de Maio 22
Avebida Pelinca Alberto Torres 18
Saco 13 de Maio 22
Em 1918, devido aos constantes cortes de energia, o sistema é fechado e alguns bonde são adaptados com motor a gasolina. Em 1923, o serviço de bondes é municipalizado.
No dia 24 de abril de 1928, através de escritura, o Governo do Estado do Rio de Janeiro recebe da Prefeitura de Campos todos os serviços urbanos.
"Levantada a penhora da Companhia Brasileira de Tramways Luz e Força contra a Prefeitura de Campos, o Governo do Estado recebeu todo o acervo e assumiu a direção dos serviços."[g]
Em 28 de junho de 1929 o Governo do Estado assume a Companhia Brasileira de Tramways, Luz e Força, incluindo a usina “hydro-eléctrica” de Tombos com suas linhas de transmissão. O material rodante recebido se encontrava em mal estado de conservação, deteriorado pela ação do tempo é pela falta de manutenção adequada, que se arrastava em função dos desentendimentos entre a Companhia e a Prefeitura. Nos três primeiros meses da administração estadual o Governo inicia a remodelação de todos os serviços públicos, começando pelos bondes, cuja frota foi reparada e a via permanente concertada. Apesar da intervenção estadual visando regularizar a qualidade do serviço, não era de interesse do Estado em permanecer na exploração dos serviços, o Governo providenciava a transferência do serviço de bondes à iniciativa privada, que não ocorreu. .
Em março de 1930, início da operação de 6 novos bondes, sendo recolhidos 5 bondes antigos, para reforma, que não dispunham de mínimas condições de operação.
Em 1931, o serviço de bonde fica subordinado à recém criada Secretaria de Viação e Obras Públicas, sob a denominação de Serviços de Força, Luz e Viação de Campos.
Em 1940, os serviços de bondes, eletricidade, força, água, luz e esgoto, são unificados, sendo criada a empresa Serviços Industriais do Estado, renomeado em 1942 para S.I.N.E – Serviços Industriais do Norte do Estado. A população reclamava das péssimas condições de manutenção dos bondes. Em 1942, foram adquiridos 10 bondes elétricos usados de Petrópolis. Na gestão do Governador Ernâni do Amaral Peixoto (1937-1945 são adquiridos 34 bondes usados de Niterói e Petrópolis.
Linhas de Bonde em 1943
Praça São Salvador - Avenida Pelinca, circular
Praça São Salvador - Estação Campos, circular
Praça São Salvador - Estação Campos, circular
Praça São Salvador - Matadouro
Praça São Salvador - Goytacazes
Praça São Salvador - Caju
Turf-Club - Barão de Cotegipe
Em 1944, a cidade de Campos contava com cerca de 280 mil habitantes, sendo o município que mais produzia açúcar e álcool no país. Após o fim da segunda guerra, mais bondes foram adquiridos do sistema de Niterói.
No dia 25 de agosto de 1949, circula o primeiro bonde elétrico fechado, logo apelidado pela população de Bonitão.
Em 1958, o S.I.N.E- Serviços Industriais do Norte do Estado adquire 9 trolleybus de segunda mão do sistema de Niterói. No mesmo ano foi inaugurada a primeira linha de trolleybus, a Linha 1, ligando a Praça São Salvador à estação de Campos, via rua Alberto Torres, substituindo as linhas de bonde próximas à estação de Campos.
Em 1959, o município de Campos contava com frota de 214 ônibus, 235 táxis e 1.086 automóveis.
Em 15 de novembro de 1964, num domingo, quando restavam duas linhas em operação, Matadouro e Caju, circulou o último bonde em Campos, de prefixo nº 14, na linha do Caju. Os bondes foram logo substituídos pelos ônibus a diesel do Serviço de Viação de Campos (SVC), criada especialmente para esse fim. O bonde nº 14 foi doado ao Asilo de Cegos, onde permaneceu em exposição no pátio da entidade. Mais tarde o antigo depósito dos bondes foi transformado na garagem dos ônibus da empresa de estatal.
Passageiros Transportados
1912 - 1.982.000
1930 - 1.982.000
1931 - 2.272.000
1932 - 4.311.000
1933 - 6.425.872
1945 - 8.143.000
Fonte: Departamento Nacional de Estatística, Ministério do Trabalho Indústria e Comércio / Estatística dos Meios de Transporte no Brasil, 1933 / IBGE, Anuário Estatístico do Brasil, 1945
Link externo
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Annuario Estatistico do Brazil, 1912. Directoria Geral de Estatistica. Ministerio da Agricultura, Indústria e Comércio.
RIO DE JANEIRO. Anuário Estatístico do Rio de Janeiro 1993/1994.
Mensagem do Presidente do Estado do Rio de Janeiro, 1928
Governo do Estado do Rio de Janeiro. Relatório do Exercício de 1933
Arquivo do Museu de Campos, em 13/02/2007
Almanak de Campos 1885.
Guia Geral da Cidade Campos 1943.
Página lançada em 16 de janeiro de 2018.
Comentários
Postar um comentário