sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

São Salvador da Bahia

Companhia Linha Circular de Carris da Bahia
1886 - 1955

Histórico


Em março de 1884, o Governo da Província da Bahia  concede ao engenheiro
João Ramos de Queiroz o privilégio por 50 anos para exploração de uma linha circular de carris urbanos, de bitola nunca inferior a 0,70 m, para o transporte de passageiros ligando a Praça do Palácio à Baixa dos Sapateiros, rua Direita
de Santo Antonio, Campo do Barbalho, Largo de Nazareth, Campo da Polvora, rua Nova de São Bento, Largo do Theatro, chegando à Praça do Palácio pela rua dos Carvões. Tendo ainda os ramais, quando reclamados pela conveniência pública, para Tororó, Barris, Aflictos, Cannela, Praça do Commercio, São José, Boa Viagem, Bomfim, Itapagipe, e Campo da Pólvora pela ladeira da Praça. Posteriormente, a licença para construção do ramal ligando a Praça do Commercio, na Cidade Baixa, ao Largo do Thetro (atual Praça Castro Alves) na Cidade Alta, através da ladeira da Montanha, foi indeferida. Tendo em vista os eventuais conflitos dos carros da companhia com o tráfego de carroças na ladeira da Montanha, principal via de ligação entre a cidade alta e a baixa.

Em 11 de fevereiro de 1886, foram aprovados os estudos definitivos dos ramais para o Bomfim, Itapagipe e Boa Viagem. 

A Companhia Linha Circular da Bahia foi fundada em 5 de novembro de 1886 e inicia a construção da primeira seção de suas  linhas em 26 de dezembro de 1886, que compreendia o tronco e os ramais do Commercio (Plano Inclinado), comunicando com o Bomfim, Nazareth e o Canella, na extensão de 14,516 Km.

Em 14 de janeiro de 1887 foi aprovada a planta e o perfil do Plano Inclinado, pertencente ao ramal do Commercio. Em 5 de fevereiro foram aprovadas as plantas e perfis do ramal de Boa Viagem.

A Companhia Linha Circular inaugurou sua primeira linha de bonde de tração animal em 8 de setembro de 1888, entre a Praça Conde D´Eu (Terreiro de Jesus) e o Largo de Nazareth. 

Em 3 de novembro de 1888 foi inaugurado o ramal da Canella, até os Afflictos e em 27 de novembro de 1888 o prolongamento do dito ramal até o ponto em que a rua do Canella se comunicava com a rua do Bom Gosto. Em 4 de Janeiro de 1889 foi entregue o ramal do Caes do Ouro ao Corpo Santo.


Viaduto Bandeira de Mello

Barra em 1888


No dia 10 de janeiro de 1889, inaugura o trecho entre a Alfândega e o Caes do Ouro.

No dia 26 de dezembro de 1889, é inaugurado o Plano Inclinado, com 116 metros de extensão, localizado atrás da Bibliotheca Pública, ligando a cidade alta ao Commercio.

Em 30 de maio de 1891, foi inaugurada a linha para Itapagipe, com ponto final na Penha.


Inauguração linha de Itapagipe
Jornal de Notícias, 01/06/1891, p.1
Jornal de Notícias, 01/06/1891, p.2


Viaducto metálico Bandeira de Mello
Minas Geraes, 10/06/1896, p.2

Coleção João Filho Único


Linhas em operação em 1898, com partidas do Terreiro

- Nazareth, 3,5 Km de extensão
- Canella, se bifurca no Portão da Piedade até o Campo Grande e rua da Canella, 3,5 Km
- Baixa do Sapateiro - Soledade
- Plano Inclinado Gonçalves


Almanak do Estado da Bahia para 1898, p.399


Em maio de 1900, a população reclamava do péssimo serviço do bondes tracionados por locomotivas a vapor do ramal entre o Campo Grande e a Mariquita, como locomotivas sempre avariadas, ou "desarranjadas", de acordo com o vocabulário da época.

Viaducto Ramos de Queiroz

No dia 28 de junho de 1905, é realizada a cerimônia de assinatura para o início das obras de eletrificação das linhas da Companhia. Na mesma ocasião é lançada  a pedra fundamental da futura garagem dos bondes elétricos da Preguiça.

Farol de Santo Antônio da Barra em 1910

Igreja de São Pedro demolida em 1913, localizada na atual Avenida 7 de Setembro
na altura do Relógio de São Pedro

Rua da Graça. Vista tomada da Avenida 7 de Setembro. Cartão postal circulado em 1911


No dia 9 de setembro de 1911, é inaugurada o ramal de Amaralina do bonde elétrico. No dia 26 de novembro de 1911 é inaugurado o trecho do ramal da Lapinha, entre a rua dos Quinza Mysterios e Largo do Barbalho. O ramal da Lapinha é inaugurado em 28 de janeiro de 1913.



Annuario Almanak Laemmert para 1911 e 1912


Em dezembro de 1912, a Companhia contava com frota de 50 bondes motores para passageiros, 3 carros motores mistos, 4 pranchas, 5 trolys para conduções, 1 carro grande para transporte, e 3 carros fúnebres.

No dia 27 de dezembro de 1911, é inaugurado o ramal da Preguiça, destinado exclusivamente para o transporte de cargas.

Em 1911, é suspenso o serviço do Plano do Pilar para ser completamente reconstruído e eletrificado.

Em 1912, é lançada a obra de duplicação do ramal do Rio Vermelho, entre a Praça Duque de Caxias e o segundo arco.

Em 1913, é anunciada a duplicação da linha da Avenida do Canella.

Extensão dos Ramais em 1914

Barbalho - 2,800 Km
Amaralina - 9,560 Km
Preguiça - 2,930 Km
Santo Antonio - 2,695 Km
Graça - 4,618 Km
Campo Santo - 5,576 Km
Canella - 2,822 Km
Barris - 2,822 Km
Nazareth - 3,553 Km
Barra-Avenida - 5,292 Km
Barra - 5,597 Km
Rio Vermelho - 5,597 Km

Praça Castro Alves na década de 1920

Rua da Misericórdia na década de 1920

Ladeira da Barra

Rua Chile na década de 1930

Ladeira de São Bento na década de 1930

Praça da Sé em 1940

Mariquita, Rio Vermelho em 1943
Centro de São Salvador em 1949

Rua Chile

Barra


REFERÊNCIAS:

Linha Circular. Diário da Bahia. São Salvador. 11 janeiro 1889. p.1.

Plano Inclinado. Diário da Bahia. São Salvador. 27 dezembro 1889. p.1.

Linha Circular. Diário de Notícias. São Salvador. 2 maio 1900. p.6.

Linha Circular. Correio do Brazil. São Salvador. 28 junho 1905. p.2.

Echos. Gazeta de Notícias. São Salvador. 4 novembro 1913. p.1.

Almanak Laermmet. Rio de Janeiro. 1914.

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